Por: Wagner Lala Era uma tarde como qualquer outra na venda. Wagner e Vado estavam atendendo os clientes, e Rosbife fazia sua ronda pela calçada, farejando aqui e ali, como um bom “fiscal do bairro”. Mas havia algo diferente naquele dia: Muri ainda não tinha aparecido. Rosbife sentiu falta. Toda tarde, Muri passava ali, dava um assobio e logo Rosbife corria feito foguete, pulando no colo dele, abanando o rabo e fazendo a maior festa. Mas naquele dia… nada. Rosbife ficou inquieto. Olhava pra rua, deitava, levantava, latia baixo, e até deixou de aceitar o pedacinho de pão que Vado sempre dava. — Ué, o que foi, Rosbife? Tá sentindo falta do Muri, é? — disse Wagner, passando a mão na sua cabeça. De repente, Rosbife ouviu um som familiar: um assobio. Seu coração acelerou. Ele correu feito raio pela rua, passando por um portão e dobrando a esquina. Ali estava Muri, sentado na calçada, com o tênis desamarrado e uma sacola nas mãos. — ROSBIFE! — gritou ele, abrindo os braços. Rosbife se jogou ...